quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Socialização e os seus agentes


A socialização pode ser denominada como um processo que continua durante toda a vida, onde o indivíduo integra elementos socioculturais da sua própria cultura. O ser humano quando nasce, apesar de já possuir genes, não possui quaisquer crenças ou valores, e é a partir do seu crescimento que vai passar a ser visto como um ser social, pois ao conviver com outros seres, vai adquirir modelos culturais, para que mais tarde, se integre facilmente como um individuo na sociedade.

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Os comportamentos dos indivíduos não são naturais nem espontâneos, mas sim, culturais. Na verdade, estes comportamentos são o resultado da integração de valores, das normas sociais e dos papéis sociais aprendidos na sociedade.
A socialização começa cedo, mais detalhadamente, na infância da criança. Este período denomina-se de socialização primáriae estende-se por toda a sua vida. Durante a socialização primária, existem fatores muito importantes que vão ajudar a desenvolver este aspecto, começando pela família, a escola e os amigos.

O sociólogo e psicólogo George H. Mead, acredita que uma grande parte das crianças se identifica com as pessoas que as rodeiam diariamente, fazendo com que estas comecem a adaptar os comportamentos das pessoas que tanto valorizam, começando pelos próprios pais, os seus amigos e também as personagens da televisão, etc. 

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    A socialização aumenta a probabilidade do individuo ter um comportamento considerado como normal e aceitável, para que este se integre na sociedade mais facilmente. Porém, é verdade que, às vezes, a escola e a família não respeitam os mesmos valores. O indivíduo pensa que se comporta de tal maneira porque quer e se sente livre, quando, na verdade, esta é apenas o resultado da sua socialização ao longo da vida.
A socialização secundária é posterior à socialização primária, esta apenas se sucede quando o individuo chega à idade adulta. Aqui, a socialização integra o indivíduo em novos parâmetros (no trabalho, por exemplo), o indivíduo passa a aprender novos papéis e novas maneiras de pensar.


       Observando a informação dita posteriormente, podemos concluir que existem 3 tipos de mecanismos de socialização:
  •  A socialização por aprendizagem: o individuo começa a socializar quando começa a aprender os valores e as normas sociais comuns. Por exemplo, o professor dizer explicitamente o que ele tem de fazer e não fazer; 
  • A socialização por imitação: o individuo reproduz os comportamento das pessoas que o rodeiam;
  • A socialização por identificação: o indivíduo vai se identificar com outras pessoas (pais, etc.)

         A socialização permite a relação entre o indivíduo e um grupo social que contém determinadas normas e valores. Estes grupos denominam-se de agentes de socialização. Há vários: podem ser a família, a escola, as associações, as empresas, etc.
         Para a socialização primária, a família passa a ter o papel mais importante. Os pais transmitem ao filho a língua, os valores sociais comuns, as normas, a maneira de se comportar, os costumes, a cultura, etc. Depois, a escola permite transmitir a cultura do país. Durkheim, afirmava que: "A educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta". As associações permitem completar a socialização e o papel dos pais. Também, os média (televisão, rádio, internet) são considerados agentes de socialização. Como o exemplo, já dito, anteriormente, uma criança ou um adolescente pode-se identificar com uma personagem real ou fictícia. Os grupos de amigos compartilham valores e normas sociais, como a maneira de falar e as práticas culturais, que vão influenciar a maneira de ser e de pensar do individuo.
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Para a socialização secundária, os indivíduos que trabalham com a pessoa em causa, passam a ser os agentes de socialização. Segundo Peter Berger e Thomas Luckman, a socialização secundária é a socialização que quer interiorizar os valores e as normas próprias a um determinado grupo profissional. Aqui, o indivíduo vai aprender os valores da empresa e passa então a aplicá-los corretamente. A família tem um novo papel na socialização. Por exemplo, o companheiro conjugal passa a ser visto como um novo agente de socialização. 
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As consequências dos processos de socialização, geralmente, costumam ser positivas e resultam na evolução não só da sociedade, mas também dos indivíduos. Por outro lado, as pessoas que não socializam, podem apresentar, mais tarde, problemas psicológicos, devido ao seu isolamento social. As pessoas que sofrem este isolamento, possuem muitas dificuldades em relacionarem-se com os outros e, por isso, afastam-se do convívio social, o que pode levar à diminuição de funções mentais e em casos mais extremos, pode mesmo causar problemas psiquiátricos. Este comportamento pode ser causado por diversos fatores, podendo estar relacionados com a etnia, cultura, religião, condição financeira, aparência física, etc. Estes grupos que podem, eventualmente, sofrer algum tipo de discriminação, preferem isolar-se da sociedade. 

Se o isolamento for feito desde que o individuo é uma criança, ainda mais gravosa é a situação. Se uma criança nunca conviver com outras pessoas, se os pais não lhe ensinarem valores sociais, não a educarem, não a ensinarem a falar e a desenvolver capacidades básicas, mais tarde, esta criança vai-se transformar num adulto que será considerado um marginal, pois será visto como um "animal" e não será inserido na sociedade.
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O processo de socialização alterou-se ao longo do tempo, através de mudanças na sociedade e na sua maneira de pensar, podemos observar como por exemplo, os processos de socialização da antiguidade e da atualidade. Estes processos, claramente, passaram por muitas transformações à medida que o tempo foi passando, com a ajuda da evolução dos meios de comunicação e dos meios tecnológicos.

A Sociologia enfatiza a importância da socialização e da maneira como se realiza, o objetivo é que um dia mais tarde, o individuo possa ser capaz de refletir sobre si próprio, perspetivar uma visão do seu futuro, aprender a definir objetivos e a alcançar ou tomar medidas que criem ou alterem a trajetória do seu desenvolvimento de forma positiva. 

                          É a socialização que humaniza o ser humano.

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