Aluna nº 2 - Bruna Santos - Fichas de trabalho nº 42, 43, 44 e 45. até sexta feira dia 16-6-2017
Aluno nº 5 - Diogo Tomé - Fichas de trabalho nº 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44 e 45. até sexta feira dia 16-6-2017
Aluno nº 14 - José Silva - Fichas de trabalho nº 40, 41, 42, 43, 44 e 45. até sexta feira dia 16-6-2017
Aluno nº 15 - José Cardoso - Fichas de trabalho nº 40, 41, 42, 43, 44 e 45. até sexta feira dia 16-6-2017
Aluno nº 16 - Marco Rodrigues - Fichas de trabalho nº 41, 42, 43, 44 e 45. até sexta feira dia 16-6-2017
Aluno nº 17 - Martim Rodrigues - Fichas de trabalho nº 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44 e 45. até sexta feira dia 16-6-2017
Aluno nº 18- Tomás Costa - Fichas de trabalho nº 40, 41, 42, 43, 44 e 45. até sexta feira dia 16-6-2017
turma12c1617
terça-feira, 13 de junho de 2017
domingo, 4 de junho de 2017
sexta-feira, 2 de junho de 2017
Desigualdades e Identidades Sociais - Mariana e Vânia
Escola Secundária de São João da Talha
Mariana Bernardo; Vânia Magalhães 12º C
Ano letivo: 2016 / 2017
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Desigualdades e Identidades Sociais
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Reconhecer a existência de desigualdades sociais
O tema das
desigualdades e representações sociais é susceptível de diversas análises. O
conceito de desigualdade pode inscrever-se no registo da diferenciação social,
tendo como base a teoria das classes sociais. Pode também inscrever-se no
registo de uma apropriação diferenciada da riqueza, em relação direta com as
atuais sociedades que apresentam exclusão social. Em ambos os casos, os
conceitos, de uma ou outra forma, não deixam de reportar ao sistema social e à
sua estruturação nas sociedades modernas.
No primeiro
caso, falar de desigualdades e representações sociais será considerar a forma
como as pessoas organizam a sua existência, os modos e estilos de vida e a
forma como criam universos de representação adequados. As correntes de
pensamento social traduzem modalidades de organização de existência.
No segundo caso, o conceito de desigualdades e de
representações sociais orienta a análise para o conhecimento da privação
relativa e dos diversos modos de vida e das representações sociais que lhes
estão associados.
Um estudo
feito pela Fundação Francisco Manuel dos Santos revela que, embora tenha vindo a
decrescer as desigualdades na distribuição dos rendimentos pelas famílias portuguesas,
estas "são mais elevadas em Portugal do que em todos os países europeus,
exceto Letónia e Lituânia".
De acordo com este estudo, os
países mais ricos (20%) têm um rendimento seis vezes superior ao dos 20 % mais
pobres, embora a diferença tenha sido mais alta entre 1995 e 2005.
O risco de pobreza atinge os
43, 4 por cento e é atenuado por apoios sociais, cifrando-se nos 17,9%, ou
seja, uma em cada cinco pessoas é considerada pobre e uma em cada três pessoas
com mais de 65 anos vive só e é considerada, igualmente, pobre (35%), números
que estão abaixo da média europeia, que é de uma em cada quatro pessoas (24%).
A discrepância entre ricos e
pobres, que se situa nos 33,7%, em contraponto com os 30,5% da média europeia,
ajuda a explicar as assimetrias existentes entre quem vive em áreas urbanas e
quem vive em zonas rurais. Desta forma, o estudo conclui que "o
despovoamento de Portugal rural em favor das áreas urbanas e do litoral é uma
tendência dominante".
Assim se explica que as regiões
da Grande Lisboa e do Grande Porto, que ocupam apenas 2,4% do território,
concentrem 31,5% da população residente.
Definir classe social
Classe social é um grupo
constituído por pessoas com padrões culturais, políticos e económicos
semelhantes. O fator financeiro é uma das características mais marcantes
na definição de uma classe social.
As
classes sociais podem ser interpretadas por diferentes pontos de vista, no
entanto, a definição mais usual, refere-se ao grupo limitador de indivíduos que
constituem um mesmo nível e poder económico, além de terem acesso a
oportunidades e opções de lazer e entretenimento diferenciados.
O conceito de estratificação social foi desenvolvido pelo economista alemão
Max Weber. Consiste na ideia de separar os indivíduos com características económicas,
sociais, educacionais e etc., em grupos específicos e hierárquicos.
A estratificação social universal contemporânea é
classificada em três grupos: classe baixa, classe média e classe alta.
De acordo com o país e o seu padrão económico e social, as classes sociais
também pode ser subdividas.
As classes baixas apresentam dificuldades em manter as
necessidades básicas do ser humano, como a alimentação, por exemplo. Além
disso, dificilmente têm acesso a opções de entretenimento cultural.
As classes médias são as mais comuns na maioria dos
países. Neste grupo, os indivíduos já conseguem manter um equilíbrio económico,
garantindo todas as necessidades básicas. Na classe média as pessoas tendem a
ter um nível de escolaridade mais elevado, como o ensino superior completo, por
exemplo.
Já às classes altas pertencem os indivíduos mais ricos,
que geralmente nasceram em famílias abastadas e são detentores de grandes
heranças e fortunas.
Todas as necessidades básicas são alcançadas sem nenhuma dificuldade, além
de outras oportunidades exclusivas de lazer e entretenimento.
Identificar formas de mobilidade social
A mobilidade social é o conjunto dos movimentos ascendentes, descendentes e estacionários que os indivíduos ou os grupos sociais realizam e que os levam a ocupar diferentes posições na estratificação social, nomeadamente na estrutura de classes. A mobilidade social, ao acarretar a mudança de estrato, acarreta, também, novos papéis e estatutos sociais.
Os processos de mobilidade social, quando ocorrem no sentido ascendente, permitem que o indivíduo ou grupo suba na hierarquia social. Todavia, a mobilidade também pode acontecer no sentido descendente.
Pode acontecer que o indivíduo não consiga manter a posição em que nasceu. Neste caso, o processo de mobilidade social foi no sentido descendente.
A extensão da mobilidade depende muito do tipo de sociedade com que nos defrontamos. A mobilidade social é um processo tanto mais intenso quanto mais aberta for a sociedade, isto é, quanto mais abertos forem os estratos. Todavia, para que o indivíduo seja realmente aceite pelos membros do estrato a que pretende ascender, é preciso que adquira os elementos culturais do novo estrato, de forma a agir de acordo com os respetivos padrões de comportamento.
Explicar o papel dos novos movimentos sociais na mudança social
Vivemos numa sociedade diversa e
dinâmica, em que uma enorme gama de diferenças coexiste diariamente. Os
indivíduos que integram a nossa sociedade possuem necessidades inseridas em
realidades diferentes. Essas necessidades precisam de ser representadas no
nosso contexto político para que sejam atendidas. Todavia, como bem sabemos, nem
sempre os interesses e necessidades de determinados grupos são realizados
devidamente pelo Estado ou pelos nossos representantes políticos. A partir deste
conflito de interesses, os movimentos sociais tornam-se uma forte ferramenta
de intervenção.
Os movimentos sociais são
caraterísticos de uma sociedade plural, que se constrói em torno do embate
político por interesses coletivos e/ou individuais. Assim sendo, a organização
de indivíduos em prol de uma causa é uma característica de uma sociedade
politicamente ativa.
A importância da organização de grupos mobilizadores é grande. A força da
ação coletiva só é efetiva quando direcionada. Dessa forma, o surgimento de
líderes que representem diretamente as demandas do grupo e a organização em
nome de exigências ou ideias comuns são os pilares e a força motriz por detrás
desses grupos.
Portanto, percebe-se que os movimentos sociais estão diretamente ligados à
resolução de problemas sociais, e não à reivindicação de posses materiais. No
entanto, não se resumem apenas à revindicação de direitos ou à procura pela
representação de um grupo, pois um movimento pode surgir como agente construtor
de uma proposta de reorganização social para mudar alguns aspetos de uma
sociedade.
Segundo o sociólogo, Alain Touraine em cada sociedade existe um movimento social que representa
não uma simples mobilização, mas um projeto de mudança social. Nenhum movimento
social se define somente pelo conflito, mas sim pela sua aspiração a controlar
o movimento da história. Segundo o autor, a definição do movimento social dá-se
através de três princípios:
1.
Princípio de identidade: corresponde à
autodefinição do indivíduo social e à sua consciência de pertencer a um grupo
ou classe social. Entretanto, a formação do movimento precede essa consciência.
É o conflito que constitui e organiza o indivíduo.
2.
Princípio de oposição: Um movimento só
se organiza se puder nomear o seu adversário, porém a sua ação não pressupõe
essa identificação. O conflito faz surgir o adversário, forma a consciência dos
indivíduos;
3.
Princípio de totalidade: os indivíduos
em conflito, mesmo quando este seja circunscrito ou localizado, questionam a
orientação geral do sistema.
Se estes três
princípios estiverem reunidos, pode-se falar de "consciência
coletiva". Segundo Touraine, o movimento social é fundamentalmente uma
instância relativamente autónoma, na qual ocorre a explosão do conflito em
torno da ação histórica e de pontos de vista opostos.
Paralelamente, estes movimentos sociais estão interligados com as
mudanças sociais que se verificam.
- Mudanças Sociais
O sistema
cultural não é um sistema fechado, vai crescendo e transformando-se com o
contributo intelectual e artístico dos homens e mulheres de cada tempo e lugar.
Sendo um fenómeno participado, que concretiza a forma de expressão e de
realização de um grupo, cada geração irá dar-lhe o seu contributo ao encontrar
novas formas e idealizar outros valores, ao inventar outras formas de
relacionamento e ao criar novas tecnologias.
A cultura
transmitida a cada geração nunca é a cultura que a geração presente herdou mas
a que já produziu.
- Mudança Social: Toda a transformação observável no tempo, que afeta, de modo não provisório ou efémero, a estrutura ou o funcionamento da organização social de uma dada colectividade e modifica o curso da sua história.
- É a «transformação dos valores, ideais e formas de relacionamento resultantes de processos de modernização que questionam o antigo, e do relacionamento mais forte entre os povos dos diferentes espaços nacionais, em virtude dos processos progressivos de interdependência a nível mundial».
Características da mudança:
·
É um fenómeno coletivo – afeta e
implica um conjunto substancial de indivíduos que verão, assim, alterados o seu
modo e condições de vida.
- Corresponde a uma mudança estrutural e não a
uma adaptação funcional das estruturas existentes – torna-se possível
observar alterações profundas na forma de organização social passíveis de
comparação com as formas anteriores.
- É identificável no tempo, o que nos permite detetar e descrever
as alterações estruturais a partir de um ponto de referência.
A mudança
social surge assim como a diferença observável entre dois estados da realidade
social.
- Não é
efémero –
qualquer evento passageiro, independentemente da sua força de pressão e de
desorganização social, não conduz à mudança social, pois os seus efeitos
desaparecem progressivamente com a adaptação funcional do sistema cultural
existente.
Caraterizar o papel das migrações na sociedade atual
De acordo com a Organização
Internacional para as Migrações (OIM) considera –se por migração, o
movimento da população para o território de um Estado ou dentro do mesmo, que
abrange todo o movimento de pessoas, seja qual for a sua composição ou causas;
inclui a migração de refugiados, pessoas deslocadas, migrantes económicos, etc.
Tal como relata o Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), “aproximadamente 195
milhões de pessoas habitam fora dos seus países de origem, o equivalente a 3%
da população mundial, sendo que cerca de 60% desses imigrantes residem em
países ricos e industrializados. No entanto, como resultado da estagnação
económica oriunda de alguns países desenvolvidos, estima-se que, 60% das
migrações ocorram entre países em desenvolvimento”.
O conflito e a insegurança em que nos
encontramos imbuídos ultimamente, têm originado uma onda de imigrantes sem
precedentes para diversos países da Europa, concretamente: Espanha, França,
Portugal, Itália e Grécia. Grande parte destes migrantes são de países em
conflito, nomeadamente: Líbia, Síria, Nigéria, Somália, Eritreia, Bangladesh e
Marrocos, entre outros países.
- Causas da Migração
São várias as causas atribuídas à migração,
com maior destaque para causas políticas, económicas, religiosas, étnicas,
naturais, socioculturais, turísticas e bélicas.
- Consequências
As consequências são inúmeras, geralmente
para os países/localidades de origem e destino dos imigrantes.
No ponto de vista demográfico,
assiste-se à redução da população, uma vez que o país de origem não possui os
requisitos ou condições que proporcionem a comodidade dos seus cidadãos e a
melhoria da qualidade de vida.
Nos últimos anos, em função da nova vaga
de imigrantes, aproximadamente 4.800 imigrantes foram salvos no mar
mediterrâneo e levados aos portos da Itália e Grécia. A guarda costeira
Italiana salvou perto de 3.700 imigrantes no canal da Sicília, enquanto as
forças marítimas conseguiram salvar aproximadamente perto de 1.100 imigrantes
(IOM).
Por outro lado, muitos imigrantes têm
perdido a vida a tentar imigrar para outros países ou continentes .
De acordo com a Organização
Internacional para as Migrações (OIM), “mais de 1.900 imigrantes
afogaram –se este ano ao tentar alcançar a Europa, e perto de 1.840 morreram ao
tentar chegar a Itália”.
Embora, atualmente, a migração tenha uma
perspectiva diferente da registada aos longos dos tempos, no processo de
construção e reconstrução de muitas economias, urge a necessidade de se
repensar no modelo de migração atual.
As assimetrias, o subdesenvolvimento e
os conflitos constituem nos diais de hoje, as principais causas de migração. Os
países devem preocupar-se em melhorar a qualidade de vida dos seus cidadãos, de
modo a reduzir a tendência crescente da migração que ultimamente se regista.
O encerramento das fronteiras e o
isolamento, bem como a redução das taxas para imigrantes não constituem a
solução para o problema num mundo cada vez mais globalizado e universal.
A migração deve ser encarada num prisma
diferente, que proporcione o aumento da competitividade, competência entre os
povos e populações, contudo, uns ganham porque recebem mão de obra
especializada, o que acaba por lhes agregar um maior valor para as suas
economias.
Explicar o significado de diversidade cultural
Entende-se
por diversidade cultural os vários aspetos que representam as diferentes culturas, como a linguagem, as tradições, a culinária, a
religião, os costumes, o modelo de organização familiar, a política,
entre outras características próprias de um grupo de seres humanos que habitam num
determinado território.
A
diversidade cultural é um conceito criado para compreender os processos de
diferenciação entre as várias culturas que existem ao redor do mundo. As
múltiplas culturas formam a chamada identidade cultural dos indivíduos ou de uma sociedade;
uma "marca" que personaliza e diferencia os membros de determinado
lugar dos restantes da população mundial.
A
diversidade significa pluralidade, variedade e diferenciação, conceito que é
considerado o oposto total da homogeneidade. Atualmente, devido ao processo de
colonização e miscigenação cultural entre a maioria das nações do planeta,
quase todos os países possuem a sua diversidade cultural, ou seja, um
"pedacinho" das tradições e costumes de várias culturas diferentes.
Algumas
pessoas consideram a globalização um
perigo para a preservação da diversidade cultural, pois acreditam na perda de
costumes tradicionais e típicos de cada sociedade, dando lugar a características
globais e "impessoais".
Com o
intuito de tentar preservar a riqueza da diversidade cultural dos países,
a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO) criou a "Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural".
A Declaração da UNESCO sobre Diversidade Cultural reconhece as múltiplas
culturas como uma "herança comum da humanidade", e é considerada o
primeiro instrumento que promove e protege a diversidade cultural e o diálogo
intercultural entre as nações.
Distinguir sexo de género
A diferença entre sexo e género diferencia o sexo (a anatomia do
sistema reprodutivo de um indivíduo e características sexuais
secundárias) de género,
que se pode referir tanto a papéis sociais com base no sexo do indivíduo (papel de género) como da identificação pessoal do próprio género baseado numa consciência interna (identidade de género). Nalgumas circunstâncias o sexo atribuído a um indivíduo e
o seu género não se alinham e o indivíduo pode ser transgénero ou intersexual.
- Género
Género refere-se a papéis,
comportamentos, atividades e atributos socialmente construídos que uma
determinada sociedade considera apropriados para homens e mulheres, onde
'masculino' e 'feminino’ são categorias de género.
Sexo:
O sexo refere-se às
“diferenças biológicas”. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma igualmente que o
"'sexo refere-se às características biológicas e fisiológicas que definem
homens e mulheres "e que "homem e mulher são categorias
sexuais".
- Sexo
Sexo é, regra geral, fixo; já o papel de género muda no espaço e no tempo (principalmente com a tomada de consciência de distinções que são construídas socialmente, e que podem e devem ser em inúmeros casos ‘desconstruídas’, para que haja igualdade do ponto de vista social).
- Sexo vs. Género
A distinção atual entre a
diferença de termos sexo vs. diferença de género tem sido criticada como
enganosa e contraproducente. Estes termos sugerem que o comportamento de um
indivíduo pode ser dividido em fatores biológicos e culturais separados. Em vez
disso, todos os comportamentos são fenótipos - uma complexa ligação de ambos -
natureza e criação.
Enquanto sexo se refere às
categorias inatas do ponto de vista biológico, ou seja, algo relacionado com
feminino e masculino; o género diz respeito aos papéis sociais relacionados com
a mulher e o homem.
Todas as sociedades são marcadas
por diferenças de género, havendo, ainda, grande variação dos papéis associados
em função da cultura e do tempo em que se vive. Ressalte-se, contudo, que a
determinação social de género pode ser alterada por uma ação conscientemente
tomada – inclusive por meio de políticas públicas.
Em suma, enquanto sexo é uma
categoria biológica, género é uma distinção sociológica.
Distinguir vários conceitos de pobreza
A pobreza é uma
situação social e económica caraterizada por uma carência na satisfação das
necessidades básicas. As circunstâncias para se especificar a qualidade de vida
e determinar se um grupo, em particular, se cataloga como pobre tem o costume
de ser o acesso a recursos como a educação, habitação, água potável,
assistência médica, etc. Mesmo assim, é normal que se considerem como
importantes para efetuar esta classificação as circunstâncias de trabalho e
nível de recursos.
A variedade de elementos citada faz com que a
tarefa de medir a pobreza seja regida por diversos parâmetros. Sabe-se que
existem dois critérios:
- “Pobreza absoluta”- que se enfatiza nas dificuldades para alcançar níveis mínimos de qualidade de vida (nutrição, saúde, etc.);
- · “Pobreza relativa”- que se enfatiza na ausência de recursos para a satisfação das necessidades básicas, seja em parte ou na sua totalidade.
As zonas que se
registam como mais comprometidas com este fenómeno são, sem dúvida, as do
terceiro mundo, destacando-se marcadamente as de África, na qual a percentagem
de população abaixo da linha de pobreza chega a superar os setenta por cento em
alguns países. Seguidamente, vêm os países da América Latina, sendo Honduras a
nação onde os números percentuais de pobreza são mais volumosos ,em relação ao
total da população.
Apesar deste predomínio de população pobre nas
nações subdesenvolvidas, os países do primeiro mundo também deverão fazer
frente a esta problemática, principalmente devido às ondas imigratórias de indivíduos
que procuram melhores condições de vida. Assim sendo, fica evidente que
permanecer inativo perante os problemas económicos e sociais do terceiro mundo
é uma política contraproducente. Na atualidade, as pessoas mais afetadas pelo
flagelo da pobreza correspondem ao sexo feminino, registando-se neste grupo o
maior número de mortes por carência alimentar.
Existem diversas situações que levam à pobreza. O desemprego, os baixos
salários e as catástrofes naturais são algumas das mais frequentes. Uma pessoa
pode nascer fora da pobreza, no seio de uma família com boas condições
financeiras e, por circunstâncias pessoais (como o desperdício de dinheiro ou
uma doença), acabar por ficar pobre.
Considera-se que uma família cai abaixo da linha de pobreza quando os seus
rendimentos não lhe permitem sequer adquirir produtos de primeira necessidade.
Em certas ocasiões, usa-se o termo subdesenvolvimento para fazer referência à
pobreza, o que corresponde, portanto, a um eufemismo. O subdesenvolvimento está
associado aos países ou regiões que não conseguem um adequado nível de
desenvolvimento das suas capacidades.
(Além da noção económica ou material, a pobreza também se aplica a
questões espirituais ou a outros factores abstractos, por exemplo, “ele pode
até ser milionário, mas vive na pobreza: não tem amigos nem familiares”. Neste
caso, trata-se de um tipo de pobreza abstracta, no sentido em que um indivíduo
tem capacidades monetárias, mas existe uma pobreza “sentimental”, uma vez que
se encontra sozinho, sem ninguém para partilhar os seus valores de vida. Muitas
vezes, este tipo de pobreza é deixado para segundo plano, falando-se, muito
mais, na questão da pobreza em termos monetários, porém esta pobreza
“individual” é muito importante, pois sendo animais sociais, precisamos de
partilhar e conviver com outros indivíduos.)
Distinguir pobreza de exclusão social
O que é a pobreza? E o que é a exclusão social? Em que
se diferenciam e de que forma é que se distinguem de outros conceitos, como a
desigualdade, por exemplo? A complexidade destes fenómenos ajuda a explicar as
diferentes perspectivas, definições e combinações que têm sido elaboradas e
defendidas. Parece, porém, claro que, mais do que alternativas, as diferentes
perspectivas são, na maioria das vezes, complementares, permitindo traçar um
quadro menos incompleto do fenómeno, mesmo quando considerado na sua expressão
individual.
Seja como for, parece igualmente claro que o que está
em causa é o critério e o modo mais correto de distinguir o “pobre” do “não
pobre”. À primeira vista, a forma mais fácil de identificar a pobreza parece
ser pelo seu lado mais visível, o das necessidades materiais. Neste caso, a
tarefa consiste em escolher as necessidades materiais que interessa considerar,
pelo que a pobreza corresponderá à situação em que essas necessidades ficam por
satisfazer.
Uma outra perspectiva, atribui principal importância a
dois conceitos por ele estabelecidos: a habilitação, que permite o acesso a que
os indivíduos podem dispor, e a capacidade para que estes possam funcionar e
tentar encontrar as condições ideias que desejam.
À indispensabilidade da análise da satisfação das
necessidades humanas básicas junta-se a análise dos meios que permitem aos
indivíduos a aquisição das capacidades para funcionar. Por outras palavras, a
satisfação das necessidades passa a ser entendida como meio e não como
objectivo final.
É, porém, claro que, na maioria das vezes, a pobreza é
definida com referência a níveis e condições de vida. Seja qual for o conceito
adotado para defini-la – absoluto, relativo ou subjectivo –, a pobreza
preocupa-se com as condições que têm de ser satisfeitas, ou com os recursos que
são necessários para se ter acesso a um determinado padrão de vida. Por outro lado,
isto implica que se assuma a existência de um limiar, abaixo do qual se estará
face a uma situação de pobreza.
Do ponto de vista conceptual este é, pois, o principal
factor de distinção entre a pobreza e um outro conceito – o de desigualdade –,
que é, sobretudo, um conceito comparativo entre duas situações.
Apesar de, como referido, a pobreza se definir,
sobretudo, com referência a níveis e condições de vida, é evidente que a
pobreza é, de facto, um fenómeno multidimensional. Essa é, aliás, uma das
principais dificuldades em medi-la. A situação de falta de recursos, pela qual
primariamente se define, está inevitavelmente ligada à consequente privação e
exclusão, numa ampla gama de aspectos fundamentais da existência: condições de
vida, poder, participação social, cidadania, etc.
Ao não estarem satisfeitas as suas necessidades
humanas básicas, a pessoa em situação de pobreza tem, certamente, enfraquecida
ou mesmo em situação de ruptura, a sua relação com diversos outros sistemas
sociais, tais como o mercado de bens e serviços, o sistema de saúde, o sistema
educativo, a participação política, laços sociais com amigos e com a comunidade
local, etc.). Quanto mais profunda for a privação, tanto maior será o número de
sistemas sociais envolvidos e mais profundo o estado de exclusão social.
- “Um homem pobre não é um homem rico com menos dinheiro; ele é outro homem. As diferenças entre um e outro não se relacionam apenas com o rendimento, também dizem respeito à educação, relações sociais, em suma, a todos os domínios da vida social: ser rico e ser pobre são dois estilos de vida.”
Conclui-se, assim, que a pobreza representa uma forma
de exclusão social, ou seja, que não existe pobreza sem exclusão social. O
contrário, porém, não é válido. Com efeito, existem formas de exclusão social
que não implicam pobreza. Um bom exemplo desta última situação diz respeito aos
idosos, que, muitas vezes, são excluídos apenas por serem idosos, ou a situação
de determinadas minorias étnicas e/ou culturais.
FIM
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